A história teve início do dia 30 de maio de 1991. O Grupo Cultural Cru de Teatro e Boi de Mamão, nasce fruto da luta e perseverança de um grupo de jovens da Pastoral da Juventude. Preocupados com o desaparecimento e esquecimento do folguedo do Boi de Mamão da localidade, resolveram resgatar e manter viva a tradição cultural de nosso país, tendo como ponto de partida a valorização da expressão folclórica açoriana e despertar o interesse das comunidades por esta e outras modalidades folclóricas; O desafio era introduzir e estimular crianças e jovens a incorporarem o interesse pela cultura, oportunizando, assim, alternativas de aprendizagem e lazer aos munícipes da região, bem como apresentações de Teatro, Boi de Mamão, estudos em grupo, oficinas de arte entre outros. Atualmente, o grupo é composto por 40 integrantes – crianças, jovens e adultos – e realiza um trabalho social no seu município, respeitando as diferenças e ensinando o significado da cultura e convívio em grupo. Aos 19 anos de existência é considerado um grupo tradicional, que luta constantemente para manter a tradição e seu espaço no município e todo o litoral do Estado de Santa Catarina, através de suas apresentações, que acabam contagiando o público presente. Assim, o grupo é de grande importância para a valorização da cultura no município, fazendo com que muitas pessoas se interessem em participar de suas atividades. É interessante dizer ainda, que é possível notar a tradição passando de geração em geração tendo como meta para o futuro abranger um número maior de pessoas e agregar novos conhecimentos e tradições. DESCRIÇÃO O que é? A brincadeira do Boi de Mamão é um ato popular que apresenta o boi com suas investidas, sua morte, sua cura, envolvendo todos os personagens, culminando com a sua ressurreição. A brincadeira transferiu-se para Santa Catarina, com certas adaptações, visto que o folclore é dinâmico e de transmissão oral. Sua coreografia mostra vários personagens orientados pelo ritmo de uma melodia entoada pela cantoria e com versos improvisado pelo cantador, intitulado de puxador, pois os seus versos chamam os bichos para o salão e orientam o que devem fazer. Pode ser considerada uma brincadeira de uma simplicidade complexa. Um misto de músicas, danças, cantorias, encenações da vida e da morte do personagem principal, o boi, vivido como diálogo entre brincantes e espectadores, que o tempo todo interfere, interage, e vai aglutinando novas referências à tradição. Tudo numa atmosfera sem violência e de profundo respeito pela coletividade. É uma festa de rua que acontece na dimensão do coração, no âmago do sentimento de congregar, ser parte de um todo maior, e por isso convidando à experiência paradoxal do pequeno que se faz grande. O folguedo do “Boi de mamão” é uma das manifestações mais significativas da cultura açoriana no estado de Santa Catarina, estando presente nos municípios do litoral, sobretudo no município de Jaguaruna. Falar do Boi de Mamão, como uma manifestação da cultura açoriana no município de Jaguaruna (SC), não é enfocar um tema novo do ponto de vista popular, é falar de uma tradição que faz parte da história do processo de ocupação e formação do município. Cabe ressaltar que a memória relacionada a esta cultura permaneceu adormecida por alguns anos em virtude do falecimento e envelhecimento de seus participantes. Contudo, graças ao Grupo Cultural ‘Cru’, formado em maio de 1991, esta tradição renasce e ganha espaço não só no município, mas em todo o estado de Santa Catarina, sendo considerado um dos melhores do Estado, no que se refere ao folguedo do Boi de Mamão. Como, onde e quando nasceu? Desde 1978, o grupo de jovens da matriz Nossa Senhora das Dores de Jaguaruna, hoje mas conhecido como Grupo Cru pelos moradores do município, produzia peças de teatro em datas religiosas comemorativas. Em virtude das eleições dos deputados constituintes foi produzido o Espetáculo Teatral “Um Grito e Livres” (de autoria própria), com apresentações em toda região sul, incluindo UNESC (Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina) e UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina). Produziu também o espetáculo teatral “O Burro a Caminho de Belém” (de Maria Clara Machado) e “Vivendo o Gaia”, juntamente com a Associação do Movimento Ecológico UPIAR IBI pela defesa e preservação do meio ambiente, trabalhando termos contemporâneos como ecologia e desenvolvimento. Quanto ao folguedo do Boi de Mamão, deu-se início no dia 30 de maio de 1991. Em função de tal expressão folclórica fazer parte da história do Município de Jaguaruna desde meados do século passado, passando a fazer parte de pequenas apresentações em algumas comunidades ou restritas às famílias, perdendo, ao longo dos anos, seu caráter popular, sendo aos poucos esquecidas pela população, principalmente devido ao falecimento das pessoas que mantinham tal tradição. Com o intuito de resgatar e reavivar o folguedo do Boi de Mamão, realizou-se uma pesquisa na comunidade como resgate histórico, bem como na literatura catarinense e brasileira e, também, estabeleceu-se contatos com a UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense, através do curso de graduação de Artes Cênicas, na disciplina de folclore e ainda contatos com Fundação Franklin Cascaes e UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Após esse resgate, deu-se início, então, as primeiras reuniões, para tratar de assuntos relacionados a formação do grupo de Boi de Mamão, oficinas para confecção dos materiais e indumentárias do folguedo e ensaios necessários antes da apresentação ao público. De que maneira ocorre? O Grupo Cultural Cru de Teatro e Boi de Mamão é composto por 40 integrantes voluntários, entre eles crianças, adolescentes, jovens e adultos. O grupo realiza suas reuniões mensalmente em conformidade com o estauto. Reuni-se ainda para apresentações, confraternizações, oficinas, palestras para alunos que visitam a sede do grupo, palestras em escolas estaduais e municipais e encontros de estudos. O grupo tem sua sede, denominada “Espaço Cultural Cru”, no centro da cidade, alugada, onde ficam expostas as indumentárias utilizadas nas apresentações, e um pequeno acervo histórico e documental do boi-de-mamão e outras modalidades culturais do município e região. Recebendo o público em geral, inclusive visitas de alunos das redes estaduais e municipais. O grupo manten-se ainda com participações em concursos públicos, verbas de subvenção da Assembléia Legislativa, doações de empresas privadas e arrecadações nas apresentações. Quando ocorre? No decorrer de todo o ano, com reuniões, encontros para estudos, confraternizações, oficinas de arte, manutenção e organização do acervo do “Espaço Cultural Cru”, destacando-se as apresentações em festas juninas, religiosas e tradicionais da região sul do país. Quais as principais necessidades e dificuldades? O início da caminhada do grupo foi muito difícil, com a falta de recursos para desenvolver os trabalhos, contudo o esforço e trabalho dos integrantes, isso foi amenizado. Com o passar dos anos, as dificuldades do grupo não são muito diferentes e a vontade de se fazer cada vez mais está a frente de todos os trabalhos, por isso, conquistas foram alcançadas. No dia 09 de novembro de 2002, foi inagurado o “Espaço Cultural Cru”, que se mantém até hoje, trabalho este almejado durante muitos anos; Junto ao Poder Executivo Municipal conseguimos um repasse de subvenção para o aluguel da sede, e, também, o financiamento dos trabalhos e demais gastos necessários para a realização das atividades. Merece o devido destaque, o fato de que toda a mão de obra gasta em reformas, é realizada pelos próprios integrantes, sendo uma forma de reduzir as depesas do grupo. Nas apresentações são cobrados valores simbólicos, uma vez que as apresentações provocam desgates no figurino e nos equipamentos de som. Temos também a necessidade de transporte dos materiais e pessoas envolvidas na apresentação. Estamos montando um projeto para a construção do próprio “Espaço Cultural Cru”, onde abrigará todos os materiais, acervos, e também possuirá salas para oficinas de arte para crianças e adolescentes do município. Lembrando que, atualmente, o grupo já desenvolve todo este trabalho, mas o espaço que utiliza é alugado. Nossos investimentos em novos projetos serão fortalecidos com este corte de gastos. Porque merecemos o apoio? O merecido apoio deve-se ao reconhecimento do grupo pelo Município, pelo Estado e por Entidades Culturais, pela existência ao longo de 16 anos , objetivando despertar o interesse da comunidade pelo folclore e outras modalidades culturais, oportunizando, assim, o conhecimento da cultura, alternativas de lazer e informação, contribuindo para a prevervação da identidade cultural do país. Lembrando que a valorização e preservação da cultura são fatores relevantes para a formação da identidade de uma determinada sociedade, reconhece-se que é necessário conhecer os laços da mesma. Desta forma, fica claro que a lembrança faz sobreviver o passado e que o passado, corserva-se no espírito de cada ser humano . Contudo, no município de Jaguaruna, o folguedo do “Boi de Mamão” ainda continua sendo uma das maiores atrações nas festas populares, da região, graças ao resgate realiazado através do Grupo Cultural Cru de Teatro e Boi de Mamão. Portanto, lembrar, valorizar e entender o folclore é de extrema importância para uma sociedade, pois através deste compreende-se a alma de um povo e as diversidades culturais que constituem essa sociedade. “Lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado. A memória não é um sonho, é trabalho. A lembrança é uma imagem construída pelos materiais que estão, agora, à nossa disposição, no conjunto de representações que povoam nossa consciência atual”. (BOSI, 1983, p. 17). Faz-se necessário lembrar, que esta manifestação é de valor cultural, podendo ser feita uma reconstituição histórico-cultural e interligando-o ao presente. Projetos Conquistados pelo Grupo: Ponto de Cultura “Oficina das Artes Tecendo Cultura” O Projeto de Ponto de Cultura “Oficinas das Artes Tecendo Cultura” surge do compromisso com a diversidade cultural, inclusão social e o fortalecimento das redes de economia solidária, onde conta apoio das iniciativas locais e regionais de produção cultural. Os diferentes eixos estão articulados pelo entendimento da cultura como direito e cidadania, das práticas culturais como espaço de afirmação identitária e inclusão social, e da importância de que o registro das tradições acompanhado de real acesso às inovações e linguagens tecnológicas e às possibilidades solidárias de economia e gestão, viabilizem a sua auto-sustentabilidade, onde deverá funcionar como um instrumento de pulsão e articulação de ações e projetos culturais/educacionais já existentes nas comunidades da região. Cine Clube “Meu Boi Viveu” O Projeto Cine Mais Cultura, tem o objetivo de reativar as exibições que ficaram extintas do Município a cerca de 50 anos atrás, quando havia em funcionamento um cinema e teatro no Centro da Cidade. A iniciativa visa o desenvolvimento de atividades na área audiovisual com o compromisso de promover o exercício da cidadania, em ações voltadas a realidade cultural local, como um instrumento de apoio e complemento à educação, objetivando estreitar o abismo cultural que há em nossa cidade, permitindo que os alunos das escolas municipais entrem em contato com a linguagem cinematográfica por meio de bons filmes que retratem, essencialmente, valores como tolerância, justiça, solidariedade e nossa diversidade cultural.




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